Filmes assistidos em 2020

O filme conta a história de Oskar, um garoto que resolve na infância não crescer mais e fica preso no corpo de criança. Eu não percebi durante o filme, mas o ator de fato tem um problema de crescimento onde fica sendo "criança" pra sempre, pra mim era uma criança normal.

Eu adoro a cena do nascimento dele, onde ele aparece ensanguentado mas ao invés de ser um bebê é ele já velho. As melhores cenas do filme são as de sexo entre o protagonista criança e uma personagem mais velha.

O filme mostra a realidade durante a segunda guerra e durante o regime hitlerista, e é importante por ser um dos primeiros filmes a falar disso de forma aberta na Alemanha. O livro é um grande clássico literário do século XX.

O filme me lembra Underground por ter muita coisa de realismo mágico, como a própria premissa já aponta (alguém poder controlar seu próprio desenvolvimento corporal é algo meio doido) e é bem bonito, mas pra mim faltou algo a mais num sentido emocional ou talvez temático, mas é bem legal de qualquer forma.

Eu estava gostando bastante do filme até o final. Bem divertido sem ser burro ou infantil, com várias cenas legais e os personagens eram cativantes. Mas no final o despejamento de felicidade é cheio de vergonha alheia, excessivo etc. Não a conclusão do arco deles, mas todo mundo se reunindo com os pais é bem vergonhoso. Mas no geral gostei e entendo porque as pessoas ainda falam do filme pois é bem legal mesmo, mas por esse final dou 6 ao invés de 7.

A atuação do Polanski está boa, ele atua como alguém tímido e de inseguro. Ele começa a achar que seus vizinhos estão armando um complô contra ele, e acho que o filme é mais interessante antes de deixar claro que, apesar deles terem culpa na situação por serem insensíveis, é mais algo da cabeça do protagonista.

Tem toda uma questão cíclica no filme, pois ele arranja a vaga do apartamento depois que a mulher que vivia antes se joga lá de cima e morre, mas ele acaba fazendo isso no final devido à toda pressão psicológica que os vizinhos fazem. Mas acho que o filme seria mais interessante se deixasse em dúvida se ele realmente está ficando maluco ou não.

Quando ele começa a se vestir de mulher suscita umas questões de identidade de gênero. Eu achei essas cenas meio desconfortáveis, acrescentando um aspecto ao filme que não era muito necessário e talvez condizente com a parte anterior. Mas fora isso gostei muito.

É um dos filmes que vi onde mais percebo seus ecos em filmes posteriores, e mais que qualquer outro da trilogia do apartamento. Talvez seja o pior dos três, mas vejo influências em quase todos os filmes que vieram depois sobre perda de sanidade (como O Operário). Ele tem em comum bastante coisa com Repulsa ao Sexo devido à claustrofobia e me lembra visualmente O Bebê de Rosemary, pela fotografia, uso das cores etc.

Foi o primeiro filme de terror que eu vi do Carpenter, e acho que o melhor dele até agora. Eu me apeguei ao protagonista, provavelmente por identificação, e o filme me cativou. Nada absurdo, mas eu esperava algo pior e clichê. Talvez pelo filme passar muito na TV aberta. Mas apesar de ser datado é bem legal.

Eu esperava gostar menos do filme. É claramente inspirado em "A Doce Vida" (e outros filmes do Fellini também, mas muito mais esse) e dá até pra ser visto como uma continuação espiritual. Mas eu achei que seria menos original, mais derivativo, do que realmente é.

O filme tem muita scenery porn, mostrando a beleza de Roma e suas construções, ruas, arquitetura etc, mas na real tem um sentido também de igual decadência por criticar de certa forma a aparência externa. O tema do filme é justamente esse conflito. Pois o protagonista é um jornalista que faz análise artística, mas está sempre vivendo na alta sociedade etc. Porém ele já foi um escritor que fez um romance, mas por algum motivo parou de escrever. Esse romance, entretanto, foi extremamente elogiado pela crítica e público, e o filme dá a entender que é uma das grandes obras de literatura italiana do século XX.

O protagonista é muito mais cínico com relação à importância e qualidade de sua primeira obra, entretanto. No começo do filme ele está perto de fazer aniversário e refletindo sobre sua vida e suas conquistas. Há uma excelente cena em que ele transa com uma mulher mais nova que, depois do sexo, oferece mostrar suas fotos nuas supostamente artísticas para ele. Ele relutantemente aceita vê-las, mas aí percebe que com sua idade já não pode mais gastar tempo fazendo coisas que realmente não quer e então simplesmente vai embora enquanto ela busca o notebook.

Em determinado momento um homem aparece em sua casa. Ele conta que é o marido de uma mulher do passado do protagonista (a mulher que tirou sua virgindade na verdade). E ele também conta que ela acabou de morrer e que sempre amou o protagonista, e que em seu diário o menciona corriqueiramente, enquanto o esposo possui apenas uma sentença onde ela diz que é um "bom parceiro" (acho que só essa ideia no geral daria pra elaborar uma série de filmes, mas enfim).

Aí o filme lida com sua relação com diversos amigos e pessoas que conhece, mostrando como Roma, apesar de suas inerentes qualidades e beleza pode levar um homem à perdição. No final do filme ele decide voltar pra pequena cidade onde se relacionou com essa mulher e escrever um segundo livro (como se precisasse se afastar da influência nefasta do mundo da superficialidade para produzir ou viver algo mais profundo).

Há uma excelente citação de seu melhor amigo: "Nostalgia é a única distração que resta para quem tem medo do futuro." Esse amigo, curiosamente chamado de Romano, quer fazer uma peça, e pensa em uma homenagem à diversos artistas, mas o protagonista o influencia a fazer algo mais pessoal. Ele acaba fazendo e na primeira sessão as pessoas acabam gostando verdadeiramente do que ele fez. Entretanto ele decide ir embora de Roma e voltar pra cidade natal, pois a cidade já tirou demais dele. Esse tipo de decisão depois que se consegue o que quer é bastante interessante, e gera um gatilho no protagonista. Enfim, é um filme muito interessante e cheio de camadas.

Era o filme que mais queria ver do Spike Lee, e acabei meio desapontado, por ser apenas um bom filme. O Edward Norton está ok, e seu famoso monólogo contra o espelho falando injúrias raciais de todas as etnias de NY é muito bom. O filme conta a história de um traficante que vai ser preso e está desesperado por isso. Vai ficar vários anos na prisão e é apenas um cara branco e bonito, e tem medo do que vai acontecer com ele.

O filme explora esses receios bem. Há os amigos dele também, Philip Seymour Hoffman (como sinto fala dele!) está muito bem como o amigo professor que está apaixonado por sua aluna e acaba ficando com ela na festa de despedida (depois disso há uma cena onde ele parece estar se movimentando em cima de um patinete, é uma técnica que o Spike Lee usa em vários filmes dele).

É interessante ver um filme do autor mais focado em pessoas brancas, e no geral é um bom filme, mas tinha visto muitas listas pondo-o como um dos melhores da década, e não acho que mereça tanto alarde.

Um funcionário de uma empresa que extrai alguma coisa na Lua descobre que é um clone facilmente reposto e que suas memórias são ilusões. É meio triste por isso. Eu me lembro que queria muito ver esse filme quando foi lançado por causa dos elogios do omelete, e provavelmente gostaria muito mais se visse mais novo, iria achar mais original.

Não que o filme seja ruim, é bem legal. Achei menos derivativo de 2001 do que esperava achar, lembro que tinha lido/ouvido muitas comparações.

Não esperava gostar tanto. O filme trata das experiências de um médico militar na Angola durante a guerra colonial. Ele vai se tornando mais de esquerda (no começo achei que seria forçado ou exagerado, mas é bem ok) e a história é contada a partir de cartas que ele escreve e recebe da sua mulher. Na maior parte são cartas que ele envia, e são extremamente bem-escritas, dando um tom literário ao filme, e narradas pela esposa.

Depois descobri que as cartas eram reais e do António Lobo Antunes. O filme tem essa aura literária muito forte por causa disso, e possui uma excelente cena em que ele elogia a esposa de forma linda enquanto ela se masturba, provavelmente a melhor cena do filme. O filme mostra a violência durante a guerra de forma sutil, mas impactante, e no geral achei o mesmo bem melhor do que esperava achar.

Nesse filme ele está divorciado e lançou seu livro auto-biográfico. Reencontra Colette (a atriz está linda demais, talvez mais do que na juventude) e você torce pra eles ficarem juntos, mas na verdade Antoine está em outro relacionamento. Sua ex-esposa aparece e esse filme serve para recontar várias partes de sua vida, com trechos de outros filmes. Como eu os vi em sequência (em um fim-de-semana) pra mim isso não foi tão necessário, mas entendo a proposta pois esse filme saiu 9 anos depois do último.

Uma cena muito bonita e interessante é quando um amante de sua mãe o encontra. Eu vi o primeiro filme da série faz muitos anos, então não lembrava direito, e é um personagem meio que irrelevante, mas nesse filme ele conta mais da sua relação com a mãe de Antoine (que já morreu) e uma hora dá um beijo no rosto de Antoine, por ele se parecer com sua mãe e pra matar saudades dela. É algo meio estranho, mas bastante humano e bonito. Essa cena não tem muita relação com o restante do filme, mas é linda e sensível e é o tipo de coisa muito difícil de ser vista num cineasta não-europeu, pois foge de uma lógica de narrativa objetiva, onde toda cena precisa ser pensada pra contar uma história com início, meio e fim (e uma proposta) bem claros.

Diferente do primeiro filme nesse a vida conjugal é mais bem explorada. As mulheres com quem Antoine Doinel se envolve nos filmes são lindas, e ele gosta de "garotas direitas, comportadas" e isso faz o personagem ser extremamente identificável pra mim. Ele tem seu filho nesse filme, trai sua esposa, mas acabam reatando.

Nesse filme a proposta dos outros filmes da vida Antoine Doinel fica mais clara. O Truffaut faz filmes levemente auto-biográficos mas sem muita pretensão. Diferente de seu primeiro filmes e Jules e Jim acho que esses filmes são menos pretensiosos e se preocupam mais em mostrar a vida de uma pessoa comum.

Os filmes não são ruins por causa disso, longe disso, e o protagonista gera muito mais empatia do que no primeiro filme, algo que não esperava, mas já acontece no curta. Acho que os filmes da séries são inferiores às grandes obras de Truffaut, mas deliciosos e talvez num nível pessoal até os prefira.

Assisti ao curta solo, mas queria ter baixado a antologia da qual fazia parte. Porém só achei dublado em italiano, e preferi ver só o filme do Truffaut.

Eu gostei bastante da história, é um amor platônico e me identifiquei bastante. Eu achei que o personagem do Antoine Doinel seria menos interessante, mas me cativei. Gostei da Colette também, apesar de ser uma filha da puta.

Achei bem fraco... tem muitos clichês de filme de perseguição, e me lembrou Thelma & Louise, mas pior. Tem algumas ideias bobas pois no filme fica apenas batido e pouco elaborado: como o lance dos alienígenas serem superiores e o ser-humano maléfico de certa forma.

Acho que não precisaria haver um romance entre os personagens, e que seria melhor se fosse só uma amizade. Também achei o filme com vários problemas de roteiro no terceiro ato.

Eu dormi em algumas cenas no começo e estava tendo dificuldade em assistir. O filme conta 4 histórias, todas envolvendo "intolerância" de alguma forma: a queda da babilônia, a perseguição religiosa dos huguenotes na França, a história de Jesus e a contemporânea do Grifith: onde um homem é acusado injustamente de assassinato. Mas eu diria que são menos histórias de intolerâncias e mais sobre injustiças.

A história de Jesus aparenta ser propositalmente menor mesmo, mas essa história e a dos huguenotes são menores do que deveriam mesmo assim. E pela qualidade da imagem em alguns momentos desses dois segmentos dá pra ver que muita coisa foi perdida, já que o filme é velho. Mas eu diria que a parte dos huguenotes não é nem metade da do período contemporâneo ou da babilônia, e por isso há mais "buracos" no roteiro e você se importa menos com os personagens desse segmento.

Eu gostei bastante depois do começo e fiquei bastante preso ao filme. É uma experiência diferente ver um filme mudo fora da tradição slapstick (nos últimos anos só tenho visto Keaton e Chaplin desse segmento) mas o filme foi me cativando.

É capaz do filme merecer uma nota maior pelas inovações técnicas, mas como não manjo muito dei "apenas" 8. Na parte final as histórias vão se cortando mais rápido e gerando mais tensão. As três mais antigas acabam em tragédia (e a da babilônia chega a ter seu fim anunciado previamente, onde lida com a traição de sacerdotes religiosos perante o rei da babilônia, o que causa o fim da cidade).

Você espera que o enredo contemporâneo também acabe mal e fica ansioso, e de certa forma faria sentido se o final fosse negativo, mas o protagonista acaba se livrando do enforcamento injusto no último momento. E essa tensão e expectativa é muito forte, o que dá pra ver que o filme foi muito influente, pois ainda é bastante moderno em vários sentidos. E não acho incoerente que o filme acaba bem: dá uma ideia de melhoria na condição e na história do homem.

Apesar de ser um racistinha Griffith era um grande diretor e teve uma certa ruína financeira para fazer a Babilônia desse filme e acho que isso mostra que era um baita artista apesar de tudo. Three Ages do Keaton foi inspirado nesse filme, mas eu o vi primeiro. Não é tão bom quanto aquele que o inspirou.

Não é dos melhores dele, mas ainda assim é bem legal. Eu achei que o filme fosse focar no personagem masculino, mas acaba que a história é bem dividida (quase metade) com a personagem da Elle Fanning.

Ele reencontra uma guria que é irmã de uma ex sua e era muito criança quando a conheceu, e acaba ficando com ela. O filme é bem leve e tem uma perspectiva otimista com relação às perdições amorosas e paixões, e entretêm sem ser idiota. Só fiquei triste pois muitos dos atores devolveram seus cachês por causa das polêmicas envolvendo o Woody Allen a Mia Farrow (que aconteceram faz mais de 20 anos, mas voltaram à tona quando esse filme foi lançado).

A Selena Gomez está surpreendentemente bem.

É o melhor filme do Aronofsky. Eu esperava menos do que encontrei, e olha que minhas expectativas eram altas.

O filme consegue ser bem deprimente, o que me surpreendeu, acho difícil filmes americanos serem tão pessimistas, normalmente há uma suavização, e nem acho o cinema do Aronofsky tão pesado, mas esse filme de fato o é.

Achei interessante como eles abordam outras drogas além das ilícitas (no caso o vício da mão do personagem do Jared Leto), o que dá ao filme um tom mais abrangente e achei isso muito bom. Os personagens tem sonhos e expectativas, mas acabam caindo no vício e como um crítico dizendo na wikipedia: o filme trata de personagens se drogando ou buscando se drogar para se sentirem melhor. Gostei das atuações e da trilha. A "montagem hip-hop" quando se drogam é muito boa.

Acho que diferente de Trainspotting, que tem um tom mais leve com relação às drogas, apesar de mostrar os malefícios da mesma, com personagens morrendo etc esse filme consegue mostrar a decadência que as drogas podem proporcionar sem ser pregador ou anti-drogas, e por isso é bem maduro e provavelmente o melhor filme sobre drogas que já vi. 9/10 e talvez mereça 10.

Eu nem conhecia o filme antes da Fernanda botar na lista para vermos, mas depois me interessei bastante por ser um clássico do noir francês. O filme é bem bom, e a melhor coisa dele é a cena do assalto ao banco, silenciosa, sem diálogos ou música, mas cativante ao extremo (e acho que dura uns 20 minutos).

No final os personagens todos morrem, pela ganância de um deles e acho que há um problema por isso pois parece só uma desculpa pra haver a tragédia. Você gosta deles e acaba torcendo para não morrerem. Quero ver outros do nois francês (acho que é polar que chamam) e acho que deve haver outros melhores, mas no geral achei muito bom e merece o status de clássico.

Acho que foi o primeiro filme que vi do Jules Dassin (que atua como um dos assaltantes) e é interessante notar que ele meio que não pôde mais produzir em Hollywood por causa da caça aos comunistas. E o romance que adapta era meio racista, então ele quis que os vilões não fossem muçulmanos, mas quando sugeriram que fossem americanos ele também discordou, pois não queria que achassem que o filme tivesse um significado ambíguo, como se fosse uma represália ao que fizeram com ele nos EUA.

Há uma piada muito boa nesse filme, onde o Woody Allen interpreta um diretor de filmes de comédia em crise por querer fazer coisas mais sérias. Perguntam à ele: falam que você é narcisista, o que acha disso? Ele responde: discordo, se eu me identifico com algum personagem da mitologia grega não é Narciso. A pessoa replica: qual seria? E ele diz: Zeus.

É um bom filme, gostei da fotografia e achei interessante ele lidar com outras atrizes sem serem as usuais. O filme tem outras boas piadas e remete muito à 8 1/2, com a cena inicial sendo uma homenagem direta (o Woody Allen está num trem cheio de pessoas inconvenientes, e não consegui ouvir nada, o filme começa mudo, como o protagonista de 8 1/2 no meio do trânsito).

O filme tem outras referências à 8 1/2, como tratar de um diretor em crise tendo de lidar com várias mulheres ao mesmo tempo e ter cenas que no começo não parecem, mas são imaginações de um cara criativo. Além da fotografia. Enfim, um bom filme, acho que entraria no meu top 10 dele.

Gostei bastante e é o noir com mais cara de noir que já vi, ele tem todos os clichês do gênero, mas não é clichê em si, ele meio que os inaugura. Gostei das atuações. Você acaba se apegando aos personagens, mas pela época é natural que esse tipo de coisa tenha de acabar em desastre. A peruca da Stanwyck é ótima e dá um toque de "phony"/"falsidade" charmoso.

É um daqueles casos em que só não dou 10 pois não me impactou tanto num nível pessoal, mas é um filmaço, e acho que o melhor do Wilder.

Acho que não é melhor que "Fale com Ela" do Almodóvar. O filme tinha tudo para ser perfeito, mas acho que comete algumas falhas na segunda metade.

O filho da protagonista morre (e você sabe disso ao ler a descrição do filme) mas você ainda se apega ao personagem mesmo aparecendo pouco, o que faz a sua morte ser bastante impactante. Um adendo: ele gosta de Boris Vian e eu conheci esse autor por causa do filme.

O filme é cheio de sutilezas no roteiro e camadas, e me fez ter certeza que Almodóvar é provavelmente o melhor roteirista de cinema. O título do filme é uma homenagem à "All About Eve" e tem uma hora do filme em que a protagonista atua na peça no lugar de uma atriz pois uma das atrizes tem problema com drogas. A atuação dela é excelente, e depois é acusada por ambas as atrizes de se comportar como a Eve do filme. A ironia é que foi tudo uma coincidência: ela já atuou em "Streetatcar Named Desire" como a personagem que repôs quando era mais jovem e está lá pois seu filho morreu atropelado justamente tentando correr atrás da mulher que a emprega para ser sua assistente. Ou seja, por mais que tudo indique que ela estava tendo más intenções o choque da realidade é esse: a mesma é pior e menos elaboradas, e esse tipo de coisa há em todos os filmes do Almodóvar.

Os problemas ocorrem pois uma personagem do filme (uma travesti muito simpática) simplesmente some e reaparece depois de um tempo e sua personagem tem extrema importância na história. Isso e certas coisas do final me incomodaram, mas é um belíssimo filme, talvez mereça um 9.