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Added by arafamartins on 25 Jul 2020 05:37
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Filmes

Sort by: Showing 29 items
Decade: Rating: List Type:
People who added this item 395 Average listal rating (226 ratings) 8 IMDB Rating 7.8
Assistido em 25/07/2020.

**Procurei os filmes do Herzog por conta de um comentário do Martim Vasques da Cunha, que relacionou o tema do "homem que não encontra o seu lugar" abordado pelo diretor alemão com os temas trabalhados pelo James Gray.

Sem conhecer o básico da linguagem humana e das normas de convívio social, Kaspar Hauser é encontrado já adulto em Nuremberg (1828).

Em primeiro lugar, gostei muito das composições visuais. Na primeira metade a câmera está quase sempre estática, e a movimentação dos personagens é lenta, já que Kaspar Hauser ainda não sabe andar. Em várias cenas imaginei quadros compostos, principalmente, por pessoas. Lembro de uma cena específica que me remeteu muito a algumas pinturas, onde dois homens observam Kaspar preso na torre enquanto comem pão e bebem água.

Falando em pão, nele está o simbolismo religioso mais interessante do filme. Para os Santos Padres o trigo é o que a igreja entrega ao fiel por meio da liturgia, possibilitando a participação na vida cristã. Trabalhando e acrescentando outros elementos ao trigo faz-se o pão, símbolo de integração à comunidade religiosa e seguimento da doutrina cristã (lembremos da eucaristia). Seguir regras e tentar se integrar à comunidade é a única coisa que Kaspar Hauser é capaz de fazer durante a primeira metade do filme, e por isso mesmo ele só come pão. Há outros símbolos, mas nem tudo ficou claro para mim.

A fala do protagonista comparando a dimensão do quarto da torre com a dimensão do mundo fora dele marca a passagem de alguém que mal é um ser humano para alguém capaz de alguma reflexão (a entrada na 4° camada, em termos olavísticos), embora seja uma reflexão limitada apenas ao que está contido em uma realidade particular e imediata. Ela denota uma incapacidade de discernimento muito comum ao materialismo: só se mede, se pensa e se questiona aquilo que pode ser tocado pelos sentidos. E o filme parece atribuir isso a uma falha do desenvolvimento linguístico e, portanto, literário(lembremos das cenas da poesia da menina e da autobiografia). Essa falha na capacidade de abstração é o fio condutor da segunda metade do filme e me fez pensar em um monte de coisas, mas não quero fazer destes comentários uma série de ensaios.

O andamento do filme é agradável, mas senti falta de algumas trivialidades na segunda metade. Além disso o final me pareceu um tanto "óbvio demais". De qualquer forma, a soma das qualidades é maior que a dos defeitos, e fiquei muito curioso para ver os outros filmes do diretor.
arafamartins's rating:
People who added this item 758 Average listal rating (515 ratings) 7.6 IMDB Rating 7.7
Assistido em 26/07/2020

Cansados de serem acossados por um ladrão-assassino, três membros de um vilarejo na fronteira do México com os EUA decidem ir em busca de recursos para dar início a uma resistência. No lado estadunidense, encontram um pistoleiro que reúne outros seis homens para ajudá-los no confronto eminente.

A apresentação dos personagens é muito bacana, e é difícil não simpatizar com pelo menos alguns deles. O ponto fraco é encheção de saco com a oposição entre o lado negativo de ser um pistoleiro errante e a grande nobreza em constituir uma família. Sinto que 15 minutos a menos desses diálogos tornaria o filme mais fluido. Por outro lado a questão moral de arriscar a vida para defender a vila é melhor abordada, e eu me peguei torcendo bastante para os Mexicanos que decidem lutar.

Gostei muito dos tiroteios e da ambientação e, como é de praxe com westerns, me diverti pra cacete.
arafamartins's rating:
People who added this item 1091 Average listal rating (693 ratings) 7.8 IMDB Rating 7.7
Assistido em 26/07/2020

Dois policiais rastreiam uma possível fonte internacional de drogas que vem alimentado Nova York. Convictos de que estão no caminho certo, conseguem autorização da polícia para vigiar e perseguir os supostos criminosos.

Primeiramente, esse filme tem a melhor perseguição de carros da história do cinema. Cacete, que cena empolgante. Ela é o climax de uma perseguição prolongada, porque o filme inteiro é uma perseguição. Começa a passos lentos e com observação fria, vai avançando em tensão e intensidade até chegarmos à loucura de assistir a um carro perseguindo um trem em primeira pessoa.

Esse também é o momento menos crível do filme. No geral, tudo ressalta o tom de verossimilhança quase documentarista - a câmera tremida, o tom intimista dos diálogos e aquela cena da algema que só deve estar ali para reforçar nossa intimidade com o Popeye - que cai muito bem com uma história baseada em fatos reais. O final também é ótimo, e eu o imaginei como uma metáfora para uma NY que, àquela altura, não conseguia lidar com sua criminalidade.

Filmaço!
arafamartins's rating:
People who added this item 825 Average listal rating (501 ratings) 7.5 IMDB Rating 7.6
Blood Simple (1984)
Assistido em 27/07/2020

O dono de um bar no Texas é corneado pelo empregado e tenta se vingar, pedindo para que o detetive que descobriu o adultério mate o casal.

De certa forma o filme mostra tentativas fracassadas de apagar os rastros de merdas do passado. Marty, Ray e Visser tentam se livrar de um pedaço de suas vidas que os condenará no futuro. Isso é bem sintetizado quando Ray tenta, em vão, limpar o sangue de Marty, que não para de pingar.

Ray é realmente o personagem trágico da história. É dotado de uma personalidade cheia de si que o torna meio burrão e excessivamente confiante, mas não foge de seus problemas. Encara seu patrão corno e tem a pachorra de lhe pedir o salário dos últimos 15 dias, e faz isso logo após se demitir no melhor estilo 'corno e ricardão, negócios a parte'. Mais tarde essa mesma postura o levará a tomar uma série de decisões imbecis para livrar sua amada de um crime que ela não cometera, e tais atos, de certo modo, o levarão a morte.

O filme cresceu muito para mim enquanto pensava no que escrever sobre ele. A atmosfera criada com os efeitos de luz e sombra e diálogos soturnos me prendeu bastante nos primeiros 30 minutos, mas depois se tornou cansativa, talvez porque eu assisti ao filme muito tarde, e foi me dando sono, ou talvez porque eu cansei um pouco dessa "estética da violência" (tenho que rever Pulp Ficton e ver se ainda gosto mesmo).

A última sequência porém, é maravilhosa, e o fim é tão cínico quanto deveria ser - até me tirou um sorrisinho.
arafamartins's rating:
Assistido em 20/07/2020

Depois de ficar internado por causa de uma grave parada cardíaca, um grande advogado criminalístico decide desobedecer os médicos e aceitar um caso complexo para livrar um inocente que corre um grande risco de ser condenado à morte.

Fiquei impressionado com a atuação do Charles Laughton. A trama, o mistério envolvendo Christine, tudo ficou em segundo plano, meio ofuscado pelo advogado Wilfrid Robarts. A interação dele com os outros advogados e com sua enfermeira durante o primeiro ato é ótima; deixa claro que estamos vendo alguém brilhante no trato com pessoas - o que é fundamental a um advogado - e ao mesmo tempo mostra uma teimosia divertidíssima, típica de alguém de gênio.

Durante o segundo e o terceiro ato vemos a atuação no tribunal, e tudo que foi deixado no ar nos primeiros quarenta minutos de filme é potencializado. As intervenções de Robarts no tribunal e a maneira de lidar com sua doença são muito bem exploradas, e é impossível não torcer por ele.

Por outro lado a história de Vole e Christine não me cativou, e eu só não fiquei absolutamente indiferente ao duplo plot twist do fim por conta da frustração de Robarts.
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People who added this item 1392 Average listal rating (875 ratings) 6.9 IMDB Rating 7
A Serious Man (2009)
Assistido em 28/07/2020

Larry Gopnik é um professor de física que precisa lidar com uma série de acontecimentos ruins em sua vida: sua esposa deseja se separar para casar com outro homem, seu irmão lhe cria problemas constantes, um de seus alunos oferece suborno para ser aprovado, seu vizinho 'invade' seu terreno, etc. Enquanto tudo acontece, ele tenta compreender os motivos para que as coisas andem tão mal.

Os temas são a relação de causa e consequência, o destino e principalmente a incapacidade de Larry de lidar com suas próprias circunstâncias. Como um racionalista, ele está sempre mais atento à causa e a um suposto sentido dos problemas que lhe aparecem do que à solução deles. Paradoxalmente, isso o torna mentalmente caótico, incapaz de agir. Como não consegue entende nada sozinho, ele busca os rabinos para tentar compreender o que se passa, e há uma clara progressão nas conversas com cada um dos três líderes religiosos: a mensagem do primeiro pode ser resumida em "Deus faz as coisas por uma causa, e deve haver um motivo para tudo dar errado nesse momento"; durante o segundo encontro ocorre o melhor diálogo do filme e fica clara a mensagem de "aceitar o mistério - faça o que deve ser feito, siga em frente, e não perca muito tempo tentando compreender o que não pode ser compreendido"; o terceiro rabino se quer se dispõe a ouvir Larry; já é velho demais e sua sala sugere uma vida de estudos cabalísticos e teológicos, alguém que já sabe que há muito mais daquilo que será eternamente desconhecido do que o que pode ser revelado.

A grande questão é que a dureza - ou a seriedade - de Larry não o permite tomar essas mensagens como lição. Ele permanece constantemente insatisfeito, até que seus problemas são aparentemente resolvidos pelo acaso, e não por ele. Esse "aparentemente" é a grande sacada do último terço do filme. Ele parece estar aprendendo a lição, mas as coisas simplesmente aconteceram para o bem, como antes tinham acontecido para o mal, e por isso ele ainda não sabe lidar com situações adversas. Quando decide aceitar o suborno de seu aluno para pagar sua dívida com os advogados Larry está, no fundo, vivendo um de seus sonhos escapistas e fugindo da responsabilidade de tentar resolver um problema. O seu breve momento de paz foi só a calmaria antes da tempestade.

O filme aborda tudo isso de um jeito criativo e, infelizmente, mais simpático do que propriamente engraçado, embora algumas piadas funcionem muito bem - lembrarei bastante da equação enorme que não leva a absolutamente lugar nenhum, ou do coreano cínico falando que compreende o gato, mas não a matemática. Também fica subentendido que Larry não é lá o pai mais presente do mundo, e que sua insegurança também vem de um certo descaso com a família, vide a relação com seu irmão que indicam que Arthur é um Larry bastante piorado. Há também um componente interessante na montagem do filme, que sempre nos leva a crer em uma relação de causa e consequência que não existe, mas já encontrei muitos comentários na internet acerca desse aspecto e ele não foi lá tão relevante para mim.

Novamente assisti a um filme com sono e isso prejudicou demais minha experiência. Gostei muito mais quando vi pela primeira vez e tenho a sensação de que pensar sobre Um Homem Sério é mais interessante do que assistir a Um Homem Sério. Talvez seja só o sono, porque eu continuo adorando esse filme.
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People who added this item 250 Average listal rating (175 ratings) 6.9 IMDB Rating 7.2
Assistido em 29/07/2020

Após a morte de Stalin A alta cúpula do Partido Comunista da União Soviética tem que decidir quem será seu sucessor e o que deve ser feito dali em diante.

Foi muito saudável assistir a isso depois de ter visto a série Chernobyl. A série mostra as mentiras soviéticas com a tensão do peso da realidade; o filme o faz com um deboche bem fanfarrão que é muito saudável - é muito agradável ridicularizar o mal, saber que sua crueldade está exposta e que sua tentativa de persuadir o que há de bom não passa de sem vergonhice.

O lado "documental" também é ótimo e atiçou minha vontade de conhecer a história do Beria e do Molotov (há diários do Molotov publicados). O filme sabe adicionar drama ao humor negro, sabe que não estamos rindo daquilo porque os fatos são bobinhos ou são uma "narrativa americana". Repito, é uma ridicularização do mal que sabe o quão mal ele é. Não há qualquer diminuição de peso dos acontecimentos.

Eu cansei um pouco das piadas e dos trejeitos bem estereotipados dos personagens no terço final, mas adorei a sequência que leva ao julgamento do Beria e ao fim do filme.
arafamartins's rating:
People who added this item 1666 Average listal rating (1208 ratings) 7.9 IMDB Rating 8.1
Assistido em 31/07/2020

Todas as tentativas de sinopse para esse filme são ridículas. É um universo muito maluco com um trio elétrico do inferno liderado por um músico que toca uma guitarra cuspidora de fogo.

É um espetáculo visual - um balé de carros, motos e pessoas. A coisa mais divertida e empolgante que lembro de assistir. Perde um pontinho por causa das velhinhas utópicas e boazinhas "demais" num mundo onde ingenuidade parece ser punida com morte.

Até hoje fico triste por não ter visto isso em iMax.
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People who added this item 804 Average listal rating (530 ratings) 7 IMDB Rating 7.2
Assistido em 31/07/2020

Sete pessoas são convidadas por um desconhecido para jantar em uma mansão. Ao chegarem ocorre um assassinato que pode envolver quaisquer um deles. O filme é baseado no jogo de tabuleiro Detetive, que eu jogo desde pequeno, e assisti depois de um convite da Bruna.

Não tenho muito o que comentar. O humor é bem fanfarrão, me tirou umas boas risadas. A construção do mistério é bem desinteressante, e eu praticamente acertei um final com pouco tempo de filme. Mesmo assim consegui me entreter tentando adivinhar o que EXATAMENTE estava acontecendo.

Os trinta minutos finais são constrangedores de tão ruins (o filme tem 1h:35min), e o filme perdeu pelo menos dois pontos comigo só por causa disso.
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People who added this item 1194 Average listal rating (739 ratings) 7.2 IMDB Rating 7.8
Assistido em 03/08/2020

Ted Kramer é abandonado por sua esposa que o deixa com o filho do casal, Billy. Até então Ted era um pai ausente, mas se vê obrigado a conhecer e conquistar o garoto, além de, ao mesmo tempo, lidar com uma nova fase de sua vida profissional.

É impressionante a quantidade de filmes americanos sobre um pai obcecado por ascensão na carreira que deixa de lado a própria família. Lembro de muitas sessões da tarde genéricas com esse tema. O clichê não é exatamente subvertido em Kramer vs. Kramer, mas é muito bem trabalhado. Nós não vemos Ted Kramer abandonado responsabilidades ou deixando o trabalho de lado em prol do filho, apenas sabemos que algo desse tipo ocorreu no tribunal, mas isso acontece como um modo de redenção do personagem, é apenas sua incapacidade de lidar com a nova situação que o leva à fracassos profissionais. Sua recuperação, seu novo emprego, são parte da retomada de sua conciliação com o Billy e o ajudarão a lidar com a volta da ex-esposa, até mesmo nos tribunais.

Ao retornar, Joanna Kramer mostra o peso de ter deixado o filho, com a ponta de inveja quase inevitável de alguém que sabe que sabe que perdeu o seu lugar, e ao mesmo tempo não consegue desejar que o seu marido (seu rival na disputa da guarda do menino) passe pelo mesmo que ela passou.

Imagino que muitos enxerguem um "final covarde", o que me parece bobagem. Não há uma exata reconciliação entre o casal (há apenas uma possibilidade para isso), exceto no que diz respeito ao futuro do filho, e isso só acontece depois de ambos insistirem no conflito até o fim. O que acontece é um reconhecimento mútuo dos próprios erros, e a tentativa sincera de não destruir a vida do outro.

As passagens silenciosas acentuando a passagem do tempo e a evolução no relacionamento do pai com o filho foram um pouco marcantes para mim. Fiquei comovido, e mesmo simpatizando com Joanna, torci para que pai e filho continuassem juntos.

Gostei muito.
arafamartins's rating:
People who added this item 1061 Average listal rating (639 ratings) 8 IMDB Rating 7.8
Assistido em 07/08/2020

arafamartins's rating:
People who added this item 1521 Average listal rating (857 ratings) 8.5 IMDB Rating 8.3
M (1931)
Assistido em 09/08/2020

Dusseldorf é assolada por um assassino em série que mata apenas crianças. A polícia e a "máfia" local começam investigações paralelas para descobrir quem é o responsável pelos crimes e encerrar a onda de assassinatos.

Achei um filme excepcionalmente chato. A câmera quase sempre estática e os planos sequências bastante primitivos (imagino o quão espetaculares eram em sua época) são mais chatos do que em muitos filmes mudos. Em suma, tudo se resume a um conto policial meio sem graça: não há alguém próximo o suficiente das vítimas que tenha algo a declarar, as pistas só aparecem quando a polícia descobre quem é o assassino e não há qualquer elemento interessante de se reparar nos investigadores (tanto policiais quanto criminosos) até a última cena. É como se o filme deixasse todo impacto guardado para o fim. Até lá tudo se arrasta.

Eu sempre gosto de pensar sobre a natureza do mal no homem, e por isso até gostei do final. Porque sempre tendemos a diminuir o aspecto de "escolha" do mal e ressaltar seus aspectos circunstanciais? "Ok, ok, você é psicopata, doente, precisa de tratamento, etc. mas o seu medo de se entregar e confessar isso tudo era maior do que o de continuar matando crianças? Se for o caso você é sim um monstro, já que você tinha o discernimento do certo e do errado, você mesmo admitiu!" - é o que eu diria ao criminoso.

É considerado um dos filmes mais importantes da história do cinema e por isso minha expectativa era bem alta. No fim das contas achei chatão.
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People who added this item 298 Average listal rating (214 ratings) 6.9 IMDB Rating 6.8
Assistido em 09/08/2020

O assassino de aluguel Joe é pago para resgatar a filha de um senador que fora raptada por um grupo de criminosas envolvidos com prostituição infantil.

O filme tem muitos elementos capazes de criar uma tensão bacana. Lapsos da mente perturbada de Joe enchem a tela em momentos inusitados; muitas passagens por becos ou corredores fechados aumentam a sensação de claustrofobia, tal como fazem os vários closes no rosto desconcertado de Joe dirigindo pela noite; a trilha sonora é muito boa... tudo isso colabora para uma atmosfera de mistério e você se pergunta "o que vem agora?". Mas é só isso. É uma boa "experiência sensorial" do suspense, mas o fator humano é bem desinteressante. Eu não fiquei entusiasmado com nenhum personagem secundário e o próprio Joe me pareceu só um personagem meio malucão. o drama da morte de sua mãe ou os pequenos flashbacks que vemos não foram suficientes para que eu me conectasse com ele (isso porque a atuação do Phoenix é, como de costume, muito boa). Eu o definiria como 'um malucão que mata a galera com um martelinho e tem a mania de se sufocar com uma sacola'. Nem o peso de uma criança prostituída foi bem dosado (no fundo eu nem acreditei na atuação da Ekaterina Samsonov).

O filme é curto, então a tensão de thriller até funciona bem, prende bastante, e o final é legalzinho. Filminho razoável.

OBS: Sinto que aos poucos compreendo melhor meu gosto no que diz respeito a thrillers. Operação França pode não ter um fator humano tão grande, tal como não o tem este filme sobre o qual escrevo agora, mas eu me sinto muito íntimo de Poppey, sinto que ele merece conseguir cumprir sua missão, que não pode falhar de novo. A tensão também parece melhor dosada, aumentando progressivamente, e se constituindo na medida em que o policial se sente mais pressionado pela instituição. É ELE quem, deliberadamente tenta mover a trama, não sendo apenas uma figura icônica para cumprir uma função de personagem numa atmosfera obscura. É claro que 'Você Nunca Esteve Realmente Aqui' não tem as mesmas intenções do clássico da década de 1970, mas o filme é pretensiosamente técnico em sua tentativa de criar uma atmosfera tensa, agonizante, e relapso em criar uma vida interior para seus personagens. Uma série de imagens mentais e uma loucura explicita não são suficientes para constituir a personalidade de alguém, ninguém é SÓ isso, principalmente quando fica claro que não se trata de um psicopata. E, no fim das contas, o filme apresenta Joe como se ele não fosse nada além disso. O que posso concluir é que, independente do gênero ou da opção narrativa, pessoas são sempre mais interessantes do que tramas.
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People who added this item 525 Average listal rating (334 ratings) 8 IMDB Rating 8
Assistido em 10/08/2020
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Barton Fink (1991)
Assistido em 11/08/2020
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People who added this item 2208 Average listal rating (1432 ratings) 7.2 IMDB Rating 7.4
Assistido em 13/08/2020

Tom Stall se torna o herói de uma pequena cidade ao matar dois perigosos ladrões que invadem seu bar (lanchonete?). Depois de aparecer na TV, um grupo de estranhos o procura afirmando que ele é, na verdade, outra pessoa com um passado obscuro.

Se colocássemos a história de Tom em ordem cronológica teríamos mais ou menos o seguinte: Joey Cusack, membro de uma família de assassinos (máfia?) decide deixar a vida de crimes por algum motivo desconhecido, passa três anos no deserto como quem faz uma purificação mística digna de um santo católico ou um eremita doidão, volta para cidade e conhece sua futura esposa, adotando o nome Thomas Stall para começar uma vida nova. Tudo fica bem por mais de uma década, até que seu ato heroico o coloca no radar de seu irmão e do mundo do crime, além de despertar o antigo Joey novamente.

Em suma, um ato violento, porém bem intencionado e até cabível, traz a tona o mau tanto para ele quanto para seu filho, que é acometido por um surto violento contra o valentão da escola. Sua esposa sofre bastante com a descoberta, mas parece disposta a defender Joey/Tom, chegando a mentir para o policial. É como se uma atitude violenta corrompesse toda a família em nome da própria estabilidade familiar, afinal foi uma BOA violência, e agora Joey é mesmo Tom.

Toda essa temática é muito interessante, mas eu achei a execução do filme bem ruim. A atuação do filho é execrável, péssima mesmo; as cenas de sexo me parecem absolutamente gratuitas - sexo pelo sexo -, principalmente a segunda, que é até meio constrangedora; a sequência final tenta consolidar um drama muito descabido... Penso em Garota Exemplar como um filme que aborda mais ou menos o mesmo tema de uma maneira MUITO melhor, com um final realmente intrigante e cínico.

Não sei se é uma limitação da minha inteligência, mas parece que o roteiro só conseguiria entregar violência pela violência e sexo pelo sexo e, não se contentando com isso, teve a pretensão de abordar algo maior, como família e a ambiguidade entre bem e mal, falhando miseravelmente.
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The Eclipse (1962)
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The Yards (2000)
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Sim, este foi um caso curioso, tente você mesmo imaginar: ao chegar, Gustav é recebido por uma velha cafetina maltrapilha. Ela sorri gentilmente, oferece-lhe uma caneca de cerveja e um lugar ao sofá. Outra senhora vai até a porta do quarto e, sem entrar, sussurra alguma coisa. Não demora, começa a emanar a Fur Elise, tocada como que por um amador, exatamente como o fazia seu amante. Ele se levanta e caminha até essa mesma porta, fica escorado na parede e dobra o pescoço para observar a mulher atrás do piano. Seu nome era Esmeralda, tinha belos olhos azuis. Ela o imita, revela apenas metade do rosto para encará-lo. Ele se aproxima e ela continua tocando, mas apenas por mais um ou dois compassos. Assim que termina, Esmeralda levanta para acariciar seu rosto, sabe que ele está aflito. Ela o afaga no mesmo instante em que uma das velhas fecha a porta, e ficamos sem saber se tudo foi consumado.

Gustav acreditava que o amor era como a beleza ou a arte: um dom divino, uma força transcendental que emana do Espírito, indiferente aos nossos esforços. Ele gostava de sentar no salão do hotel ou na praia para olhar vagarosamente o rapaz e tudo que o rodeava. Preferia imaginar-se o herói que livrava sua musa de nossa cidade pestilenta, alertando-a do perigo da doença e conquistando uma breve oportunidade de tocar em seus cabelos.

Sabia que esse amor o mantinha aqui e que isso o estava matando. Sua carreira já havia acabado e sua família já não o prendia ao mundo. Tinha mais medo de cometer alguma imoralidade do que da peste, que àquela altura tomava tudo. Decidiu fugir, mas o acaso o trouxe de volta a este hotel. Creio que só tenha sido infectado depois de seu retorno. A praia estava vazia quando ele morreu, só dois homens estavam lá para carregar seu corpo. Contaram que ele observava o rapaz no mar, mas talvez estivesse sonhando. Poucos dias depois, a família do garoto deixou a cidade e nunca mais ouvimos falar deles.
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The Silence (1963)
*Apenas uma nota

O desespero é o fim da esperança. Os personagens do Bergman estão a um passo do completo desalento, mas sempre tentam persistir. Preciso rever os outros filmes, mas é assim em toda a trilogia do silêncio. Eles podem debater-se quando estão sozinhos, podem gemer de agonia ou viver seus dias enclausurados em seus próprios pensamentos cheios da amargura enquanto não estão sob o jugo dos olhos alheios, mas são capazes de se desdobrar para que os outros mantenham as esperanças.

Anna está arruinada, mas ainda acredita na irmã e faz o possível para que Johan não seja vítima desse desespero. Quero compará-la com o padre de Luz de Inverno para escrever mais sobre os dois filmes.
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Assim que ficou sabendo do suicídio, Tomas deixou a igreja e foi até a ponte que cortava o riacho. Dirigir era difícil – não bastassem todos os seus tormentos, o vento impetuoso lançava a neve contra o para-brisa, e era muito gelo para um único limpador. Quando se aproximou do lugar, viu o carro de Jonas estacionado de qualquer maneira num canto inapropriado. Desceu e caminhou em direção à margem do rio, seu fluxo era agressivo e o som juntava-se ao forte rumor do vento. Avistou o corpo: estava entre a árvore mais próxima da água e a entrada da pequena ponte de madeira, de bruços sobre o chão nevado, com um rifle pendendo da mão esquerda. Três policiais inspecionavam os arredores. Um deles fotografava o cadáver e o carro de Jonas, outro se dirigiu a Tomas, que contou quem era aquele homem e os prováveis motivos que o levaram a tirar a própria vida. O Padre ajudou a enrolar o corpo numa manta e a carregá-lo até um carro preparado para tirá-lo dali. Tomas estava exausto, mas não sentia remorso.

Quando saiu de lá, foi até a casa de Marta sob o pretexto de tomar uma aspirina, mas desejava, na verdade, falar sobre os seus sentimentos e, desse modo, eliminar uns velhos fantasmas vagabundos que entupiam sua alma. Os dois conversaram por alguns minutos. Ele foi firme, ela também, porém tudo continuaria exatamente como vinha sendo nos últimos dois anos. Marta estava obcecada por Tomas. Ele não era capaz de amá-la, não pôde amar ninguém depois de perder a esposa, mas a mantinha ao seu lado por acreditar que ela fizera dele o sentido de sua vida.

Foram juntos até a casa de Jonas, mas ele entrou sozinho para falar com a viúva. Ela jantava com os filhos. Tudo terminou rapidamente. Ele se desculpou, disse que fez o possível, mas a decisão já estava tomada. Ela não se irritou, não chorou, apenas acometeu-se de uma expressão taciturna e lamentou sua solidão. Tomas saiu pensando nesse lamento, lembrando-se da solidão do Cristo incompreendido pelos hebreus, abandonado na cruz. Há muito não ouvia Sua voz, mas seguia em frente, tentando fazer com que os outros pudessem escutar Aquele para quem estava surdo. De volta à igreja, o padre teve tempo terminar os últimos preparativos para a missa que começaria em breve. Às três da tarde os sinos soaram no campanário e Tomas começou a entoar as palavras sagradas. A paróquia estava esvaziada, apenas Marta estava no salão.
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People who added this item 304 Average listal rating (191 ratings) 6.2 IMDB Rating 6.6
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People who added this item 512 Average listal rating (310 ratings) 7.9 IMDB Rating 7.9
"-Tudo bem, talvez você não seja um escritor. Por que não faz outra coisa?

- Claro, tenha um bom emprego, contador público, vendedor. Eu não tinha disposição. A maioria dos homens leva a vida em silencioso desespero. Eu não aguento esse desespero."

Esta confissão é uma mistura de desesperança melancólica e complacência. Acontece quando reconhecemos e detestamos nossos piores males, mas nos julgamos incapazes de mudar. Nos acomodamos ao mal e, com o tempo, nos acostumamos a sempre tentar esquecer o que ele causa às pessoas que nos cercam. Gostaria de ter assistido ao Don Birman saindo deste estado de espírito e alcançar a esperança por meio de sua amada.

Aliás, ela é a própria misericórdia. Faz de tudo por um bêbado de 36 anos que nunca trabalhou.

O filme, porém, peca na evolução de seu protagonista. Num momento ele está tomado de desespero e prestes a enfiar uma bala na própria cabeça; noutro acredita que é perfeitamente capaz de recomeçar e escrever suas obras. E então o filme termina!

É uma pena porque a imagem de um alcoólatra tomado pelo ódio ao álcool é ótima. Todos os diálogos com o dono do bar são interessantes, todos os clichês são bem explorados.

Só não gostei do final.
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summerbabe
Só incluirei filmes que assisti após a data de criação da lista. Talvez eu não inclua filmes que não causarem um impacto significativo.

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