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Cobra Kai review

Posted : 1 year, 4 months ago on 18 December 2022 09:30

Particularmente nunca fui fã de Karatê Kid, via quando era mais novo na televisão mais por não ter outra coisa passando, mais que nada porque a narrativa original era um tanto previsível e conveniente em certos aspectos, me agradava a mensagem de usar a violência para resolver problemas como o bully, no mais só me resta a nostalgia. Cobra Kai por outro lado é um experimento bem mais interessante e inovador se concentrando em um personagem que foi derrotado e que anteriormente era posto como vilão, se concentrar no vilão que foi derrotado e mostrar os pontos desde a sua perspectiva não é algo único na ficção mas que sempre é mais interessante que os personagens que são puros e bonzinhos porque sim, concordo que há motivos razoáveis e também concordo que existem maneiras corretas de se fazer isso sem parecer sermoneiro e previsível, no caso de Lawrence foi uma excelente forma de reviver a franquia, primeiro porque Lawrence é mais carismático e identificável que Daniel, sua saga de descensão e reascensão são a melhor parte da série sem dúvidas, a construção e evolução do seu personagem é bem consistente, não só sua construção como a química com os outros personagens é o que o tornou a série mais divertida e com uma identidade própria independente da saga de filmes.

Menciono Lawrence e critico Daniel-san mas na verdade é que o seu desenvolvimento é muito bem executado na série, mostrando sua mudança de jovem rebelde para um pai de uma família que não o leva a sério trabalhando em um emprego monótono e estressante, tão logo revivendo a sua paixão pelo karatê dando um novo propósito pra sua vida. Outros personagens também possuem um certo transfundo interessante como Robby, Miguel, Tory, me agrada como a série trata esse choque geracional sem cair no panfletarismo ideológico, Lawrence é um redneck machista e antiquado e todas as terminologias anti-pol, gosto que não tratem como "muh como ele é mau e retrógado e a minha geração é a mais iluminada e compreensiva mesmo tendo o dobro de problemas emocionais" no entanto esses aspectos da personalidade de Lawrence são a parte mais engraçada e identificável, o que realmente é representado como negativo, e com razão aliás em Lawrence é a sua relação com o filho, uma relação de abandono e distância que chega a ser trágica em alguns momentos. O drama de Daniel também é razoável com o personagem recebendo um tom mais cinza cometendo certos erros e sendo neurótico e controlador em várias ocasiões, todavia essa dualidade que ambos, Lawrence e Daniel tem é o que torna a química entre o restante dos personagens mais interessante, Daniel é mais calmo e pacífico enquanto que Lawrence é mais explosivo, isso reflete não só na personalidade de cada um como também na forma de ambos lutarem.

O que nos leva a filosofia e os temas da série, a filosofia da obra é mais uma ideia pacífica, o que é algo que deve ser explicado, ser pacífico não é o mesmo que pacifista, que não devemos ser cretinos mas que sim devemos nos defender e retribuir a agressão, algo que muitas séries pacifistas como Steven Universe parecem não entender é que certos problemas só podem ser resolvidos com violência, que de fato há gente cretina no mundo e que não há palavra ou discurso que possa convence-las, que a violência pode e deve ser usada em várias ocasiões da vida, especialmente se tratando de bullying, mostrando a importância do esporte de criar não apenas pessoas fisicamente fortes mas como também de formar jovens mentalmente resilientes através da disciplina, esse é o aspecto que mais aprecio dos shounens e obras de esporte no geral, são obras que inspiram a resiliência e a força de vontade, algo bastante carente nos tempos atuais onde palavras machucam e é ser fraco é promovido como algo bom, isso é, em países primeiromundistas onde o capitalismo e o hedonismo predominam, é uma autêntica homenagem aos esportes de artes marciais, por outro lado não é como se a série estivesse romantizando a violência, pelo contrário possui uma mensagem inteligente sobre equilíbrio e responsabilidade, que cada um possui os seus pontos de vista e que não devemos cair na desumanização e na falta de princípios. A série também ensina o quanto é divertido bater, como se machucar pode ser mais divertido que viver em uma redoma, como a luta pode ascender a chama da vida em uma pessoa, mais um ponto pro diretor. Tanto a filosofia de Lawrence quanto a de Daniel se somam em uma brilhante mensagem sobre não fugir dos problemas.

Com tudo isso dito poderiam esperar uma nota alta não? Sim e não, apesar de gostar e aprovar toda a mensagem da série eu devo dizer que a série possui alguns problemas que apestam, o primeiro é o de ser demasiado conveniente em vários aspectos, isso é um personagem fica paralisado e após uma rápida recuperação volta a lutar em campeonatos, em alguns pontos também senti que a série estava forçando certas interações entre os personagens, algo não natural, também devo dizer o quanto me entedia e o quanto detesto drama adolescente "estava com a minha namorada muhh vou quebrar a sua coluna muhh" dios mio, a série concentra demasiado tempo nesses aspectos, em relações que simplesmente não consigo me importar e se há um personagem que conseguiu me irritar particularmente é Samanta, dios, o seu namorado quebra a coluna, passa por uma série de merdas e ainda sim age como se ela tivesse sido a vítima, fora que ela faz um monte de cagadas e nunca é castigada severamente com os outros, nesse nível da história já estava torcendo pra que Tory, a sua outra rival lhe arrebenta-se os dentes. O restante dos personagens é passável, Miguel é um imigrante latino e franzino que tem aprender a lutar pra não sofrer bullying, Robby é o filho abandonado de Lawrence, que no início da série é retratado como um marginal maconheiro e que rapidamente se torna amigo de Daniel noivo de Samanta, Tory é a típica valentona que perturba a vida confortável da protagonista e tão logo descobrimos que sua mãe é uma incapaz e que tem trabalhar em dois empregos pra manter o aluguel e não ser despejada, alguém que no início é retratada como uma cretina mas que ao longo das temporadas conseguimos desenvolver uma genuína empatia, de novo, como podem perceber, são vários transfundos interessantes e que dariam espaço a um excelente desenvolvimento de personagem mas que infelizmente é opacado pelo romance adolescente, sinceramente quero ver rock, violência e rule of cool regrado a parricídio freudiano e não drama de novela mexicana.

Outro problema é o fato da série ser apressada em vários momentos, isso é, um personagem tem um problema, aprende karatê em um espaço de tempo mínimo e pronto! Na vida real leva anos para se desenvolver um nível razoável de técnica a ponto de enfrentar vários de uma só vez, vamos, Miguel enfrentou 5 valentões ao mesmo tempo mesmo recebendo apenas algumas semanas de treino, não vou nem entrar no mérito da efetividade de algumas artes marciais, não me refiro exatamente ao karatê mas é fato que algumas dessas técnicas e posturas são algo muito mais ritualístico do que algo para se usar em uma situação real, as artes marciais mais efetivas tendem a ter menos poses, menos precisão dos movimentos e tendem a envolver socos ou agarrões e mesmo essas só são efetivas com meses ou anos ou décadas de treino e ainda sim corre o risco do inimigo simplesmente usar uma arma de fogo ou uma faca. Esse ponto eu desconsidero por ser de qualquer forma um incentivo ao esporte e não é como se o esporte fosse o centro de tudo como em outras séries. O primeiro vilão Johnny Kreese é basicamente o professor de Whiplash, a diferença é que a Fletcher importava mais a disciplina, para Kreese importa mais vencer não importa os métodos ou os meios, ou seja ele é um sociopata, Silver é a mesma merda e só está aí como Karma para Kreese e a resenha termina por aqui porque a série ainda não terminou.

Por hora me agrada a ideia, a filosofia, a mensagem, os personagens(especialmente Lawrence e Daniel) e posso ao menos dizer que é superior a obra original

7/10


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Únete a Cobra Kai

Posted : 3 years, 7 months ago on 29 September 2020 01:40

Enterarme de Cobra Kai fue una grata sorpresa, volver al mundo de Karate Kid desde la perspectiva del rival explorando las consecuencias de la película en sus vidas, aprovechando la lectura de que Daniel era el verdadero villano para retroactivamente darle una moralidad más gris a los eventos, tenía mucho potencial.
No recuerdo muy bien cómo lo hizo The Karate Kid, pero esta serie maneja muy bien el contraste entre las filosofías de las dos escuelas. Por un lado el Miyagi-Do, con un carácter oriental centrado en usar el karate como un método de mejoramiento espiritual, ayudando a los jóvenes a crecer mediante el trabajo duro y la búsqueda de balance. Contrastado con Cobra Kai, con una perspectiva más comercial, buscando impresionar a otros y hacerse popular, lo que no quita que a los perdedores les sirva para tomar control de sus vidas en lugar de dejarse pisotear, ganándose el respeto no solo de otros sino de sí mismos también, rechazando el victimismo. Ambas filosofías quedan en manos de adolescentes hormonales con maestros que dejan mucho que desear, lo que resulta en abusos y excesos que sólo potencian la rivalidad entre ambas escuelas, exponiendo sus falencias y mostrando que siempre tienen algo que aprender uno del otro, dejándole al espectador la opción de reflexionar cuánto habría que cambiar de cada filosofía.
Con lo excelente que es la neutralidad del conflicto, lo más criticable es la presencia de John Kreese en la segunda temporada. Está ahí sólo para representar el exceso de la filosofía de "Strike first" y "No mercy", revirtiendo los ideales masculinos de Cobra Kai a lo que hoy llamarían "Toxic masculinity", sin que se justifique realmente por qué busca aplicar las reglas de la guerra en lo que sigue siendo un deporte.
Muy distinto es lo que pasa con Daniel Larusso y Johnny Lawrence. Al acabar su rivalidad con una pelea nunca le dieron un cierre real, por lo que aunque siguieron adelante con sus vidas alejados del karate, el niño conflictivo que fueron aún está dentro de ellos y sale a la superficie cada vez que tiene la chance. Ahora, tras años de guardar rencor en silencio, Johnny puede revivir el espíritu de Cobra Kai y tener su revancha con Daniel.
A partir de estos personajes vemos cómo el karate afecta la vida de los estudiantes: Arman nuevos círculos de amigos, cambian su forma de ver la vida y enfrentan las jerarquías establecidas de la secundaria, resultando en una historia que promueve buenos valores sobre la disciplina y la dignidad, adolescentes aprenden a ser hombres, hombres aprenden a ser padres y chicas aprenden a… ¿No confiar tan rápido en los chicos?
Lo que no me gusta es que con todo esto continúa siendo un slice of life donde el propósito final de los personajes no va más allá de ser popular y tener novia. Para todo lo que conllevan las enseñanzas de ambas escuelas, todo se siente muy superficial y sin importancia. Aún en el final de la segunda temporada, cuando la fricción entre los grupos se sale de control y aparecen consecuencias permanentes, todo es por drama adolescente.
Al menos todos los personajes tienen personalidad y desarrollo consistentes que hacen que ese drama me importe y lo disfrute. Las cautivadoras relaciones padre-hijo y alumno-maestro, y los triángulos amorosos que funcionan con la justificación de que son adolescentes calenturientos superficiales, mantienen a los personajes en constante cambio. Y los valores masculinos de la serie la hacen diferenciarse del 99% de telenovelas adolescentes al no tener miedo de criticar la delicadeza de las generaciones actuales ni de mostrar consecuencias físicas y psicológicas de sus cagadas sin hacer un melodrama ni una caricatura con ello.
Tampoco disfruto la cantidad de casualidades que requiere la historia. Te acepto que sea la compañía de Larusso la que le repara el auto a Johnny, pero también es su hija la que le chocó el auto, hija que va a la misma secundaria que Miguel además de ser su interés amoroso y novia del asiático con el que Johnny peleó, Miguel llega a la casa de Sam la misma noche que Robby come con ellos, Tory y Aisha van a la playa el mismo día que Sam y su madre, Johnny se encuentra al novio de Carmen hablando sobre ella en un restaurante… Cuando la mitad de la tensión en la serie depende de casualidades y malentendidos, la ciudad se siente muy pequeña, y todo se siente más artificial de lo necesario. A lo que podría sumar críticas puntuales como la velocidad con la que los personajes más importantes alcanzan un nivel tan elevado, o que todo eso de "luchar en sincronía" de Sam y Robby no tiene sentido en la práctica y sólo existe para facilitar su romance.
Con todo, Cobra Kai es una serie muy divertida e inspiradora, que no desperdicia la oportunidad para intentar algo sobresaliente con el drama de personajes tanto viejos como nuevos. Pero también tiene potencial de irse a la mierda rápido, el drama puede hacerse más forzado, los personajes pueden seguir dejándose llevar por malentendidos bobos, el mundo puede empezar a favorecer injustamente a alguno de los bandos y dejar atrás la neutralidad, puede alargarse de forma que el desarrollo de los personajes y los nuevos personajes ya no sean interesantes y sólo entretenga la acción, puede eliminar las heridas graves o quitarles importancia y reducir todo a otra serie de deportes. Dejando de lado mi escepticismo, es una bocanada de aire fresco en una industria cada vez más desvergonzada.


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