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Sobre como não fazer jornalismo

A profissão do jornalista é muito cobrada por todos, inclusive pela própria mídia. Os fatos têm de ser tratados com total veracidade e a maior imparcialidade possível. Nisso, ou melhor, no inverso disso, baseia-se o filme O Preço de uma Verdade. Dirigido por Billy Ray, o filme conta a derradeira carreira de Stephen Glass numa das revistas mais influentes do Estados Unidos: The New Republic. Baseado em fatos reais.

Stephen Glass (Hayden Christensen), 24 anos, jornalista da The New Republic, escreve há meses artigos falaciosos de fatos que nunca existiram. Tudo sem deixar a mínima suspeita, por tratar seus colegas de trabalho com extremo afeto, tratamento este recíproco por todos. Seus artigos são inventados a partir de fontes inexistentes, anotações forjadas e fatos nunca privados. No entanto, ao longo do filme, Stephen se mostra ávido a provar e contornar todos seus artigos, sem nenhum cansaço.

Até que um outro jornalista, Adam Penenberg (Steve Zahn), de outra revista, Forbes, suspeita de um artigos de Glass e decide verificá-lo. Assim, fica claro o clima de rivalidade, mesmo que amena, que permeia as revistas, neste caso, no campo jornalístico, se policiando e esperando o próximo vacilo do concorrente. O longa toma essa rivalidade como ponto de partida para o desenrolar da história. Stephen e seu recém contratado a editor Chuck Lane (Peter Sarsgaard) partem para defenderem-se da concorrência.

A narrativa linear de O Preço de uma Verdade é alternada às cenas, divididas em diversas partes, de Stephen dando uma palestra em sua antiga escola, onde cursou o ensino médio. O centro da história é Glass, visto que a narrativa tende a mostrá-lo, inicialmente, livre de suspeita, enganando até a quem assiste. A fim de mostrar os bastidores de uma redação e do meio produtivo do jornalismo, fica notável o quanto importante é a busca, o bom uso e a confirmação de fontes verdadeiras para a qualidade de um bom jornalismo.

A âmbito das atuações, nenhuma decepciona, embora também nenhuma se destaca tanto. Salvo apenas a atuação de Peter Sarsgaard, o editor Chuck, que vai do compreensivo ao ostensivo em questão de cenas, sabendo dosar as emoções com competência e convencimento. Mesmo que o filme esteja voltado apenas para Stephen, em planos fechados sobre o seu semblante, ora rígido de segurança, ora acuado sob as acusações.

Mostrando como funciona basicamente o jornalismo em seu modo de fazer, O Preço de uma Verdade dá um exemplo de como não fazer jornalismo. Do uso e manipulação de fontes às relações diplomáticas entre os jornalistas. Durante o filme todo, talvez as únicas verdades contadas por Stephen Glass estejam no que ele diz em sua palestra. Isso só quem viu o filme pode entender.

7/10
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Added by Leonardo Ribeiro
13 years ago on 1 October 2010 12:41

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mille