“The Burning Plain“(2008) é mais uma obra fragmentada do roteista Guillermo Arriaga [Amores Perros(2000),21 Gramas(2003), The Three Burials of Melquiades Estrada(2005) e Babel (2006)], de escrita emocionalmente elaborada e sequências trabalhadas no visual desértico da fronteira México e Eua, que depois de uma bem sucedida parceria com o diretor também mexicano Alejandro González Iñárritu, assume ineditamente as câmeras sob melindroso limiar de auto-indulgência e autoria.
Em “Vidas que Se Cruzam”, Charlize Theron é uma mulher visívelmente danificada, entre um cigarro e outro e sexo casual com diferentes homens, ela tira uma pausa em seu trabalho para se automutilar. Ela está sendo seguida por Carlos, a quem, sem saber os motivos de seu interesse, imediatamente oferece sexo.
Paralelamente conhecemos a adolescente Jennifer no momento que descobre o adultério da mãe, a pacífica e amorosa Gina (Kim Basinger), que enfrenta um dilema entre a recente paixão correspondida por Nick e o desconforto de sua feminilidade comprometida após a retirada de um câncer de mama. O trailer que servia de cenário para os encontros extraconjugais explode e a morte do casal evidencia o relacionamento e as duas família entram em confronto enquanto, à moda Shakespeare, Jennifer e o filho de Nick desenvolvem uma relação muito diferente do ódio.
Em outro fragmento, um piloto de monomotor que pulveriza fazendas no Novo México sofre um acidente sob o olhar se sua filha. No decorrer do filme as peças lentamente se encaixam evidenciando a conexão direta entre as personagens e as raízes de suas angústias com uma proposta final redentora à la Arriaga.
7/10