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The (Not So) Lovely Bones

The Lovely Bones”, de Alice Sebold, é um aclamado romance centrado no assassinato de uma jovem de 14 anos que acompanha as conseqüências de sua morte através do limbo no qual se encontra, acompanha o isolamento de seu pai, sua mãe abandonando a família e a investigação do crime sendo encerrada sem sucesso.
A jovem Susie também assiste a outros assassinatos de seu executor impune assim como a infância traumática que teve e chega mesmo relutante a ter pena dele; mas isso não é mostrado na adaptação de Peter Jackson para os cinemas, da mesma forma que não há menção ao estupro, ao adultério de sua mãe com o investigador ou o cotovelo de Susie encontrado no milharal onde foi esquartejada.

Na versão light de Peter Jackson predomina sua obsessão com efeitos especiais e sua interfaces computadorizadas nas ricas paisagens do limbo pós-morte, algumas realmente belas, como a transposição do momento em que seu pai quebra garrafas com navios dentro, elas aparecem em tamanho real atracando na praia do limbo. Outras cenas em que Susie e sua nova companhia, Holly, outra vítima de Harvey, brincam pelos diversos oníricos cenários e sobem morros verdejantes parece mais uma versão adolescente de teletubbies, não cativam.

Com exceção de “Almas Gêmeas”(1994), não tenho nenhuma empatia pelos filmes de Jackson, mas o trailer de The Lovely Bones era promissor, todavia uma trama em que Susie se corresponde com seus familiares e os conduz a seu assassino não procede, sua (falta de)comunicação é apenas sentida como uma presença, e o único momento em que ‘se materializa’ é para ter o primeiro beijo que nunca teve (em vida). Oh.

Mesmo sem dicas do além, o solitário e esquisito vizinho atrai suspeitas do pai e da irmã mais nova, mas não concretizam na prisão do mesmo, que é mostrado no final caindo de um penhasco num acidente. Stanley Tucci no papel do assassino concorre a melhor coadjuvante no Oscar, mas Harvey beira o clichê. O resto do elenco é desperdiçado Rachel Weisz, Mark Wahlberg, só há algum espaço para Susan Sarandon, entre um trago e um gole, cuidar dos netos na ausência da mãe.

“Um olhar do Paraíso” é na verdade apenas “O olhar do paraíso”, nada mais. Ao suavizar por completo as menções e detalhes mais obscuros da estória, Peter Jackson não apenas abaixou a classificação indicativa como o configurou como um excelente filme para crianças, tratando de forma zen o tema da morte, configurando um paraíso como um bolo confeitado e alerta aos perigos em aceitar convite de estranhos para visitar instalações subterrâneas.

5/10
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Added by Nathalia Montecristo
14 years ago on 12 March 2010 06:31