Um solitário vendedor de enciclopédias decide documentar em VHS um catálogo de coisas obsoletas. Em sua jornada conhece uma jovem projetista de cinema mudo e juntos seguem para o Vale da Morte entrevistar um cientista recluso que prevê a quase extinção da população por mudanças climáticas iminetes e irreversíveis. Conduzidos de forma mansa e encantadora por Diane Bell, os protagonistas enfrentam o fatídico de nosso tempo, a questão, se o mundo acabar amanhã, o que fazer hoje ?
A roteirista e diretora orquestra uma carismática produção recheada de idiossincrasias e diálogos cativantes. Conectando a obsolescência e a durabilidade das coisas com a real ameaça do aquecimento global, que Bell pessoalmente credita à insaciabilidade consumista e, evocou referências que recontam a história do cinema de Wim Wenders em “Paris Texas”(1984) e Truffaut em “Jules et Jim”(1962) e “L’homme qui aimait les femmes”(1977), ao romance de Woody Allen em “Annie Hall”(1977) e de Richard Linklater em “Before Sunrise”(2004) assim como Luc Moullet em “Brigitte et Brigitte”(1966) e John Carney “Once”(2006) para a realização de Obselidia(2010).
Além do prêmio de ‘Excelência em Cinematografia’ na categoria Drama, para Zak Mulligan, o longa levou $20.000,00 da Fundação Alfred P. Sloan, prêmio concedido a filmes que enfocam a ciência ou a tecnologia como tema, ou descrevem um cientista, engenheiro ou matemático. Andrucha Waddington por “A Casa de Areia” e Werner Herzog por “Grizzly Man” também conquistaram esse prêmio em anos anteriores do Festival de Sundance.