A sinopse de “Corações em Conflito” é morna mas ainda sim convidativa: um jovem e rico casal de Nova York e sua filha de 8 anos; ele, um webdesigner juntando somas de dinheiro e ela, uma cirurgiã. Ambos enfrentam dilemas existenciais: Ellen, em longos plantões médicos passa a questionar suas prioridades quando percebe que a filha prefere a companhia da babá filipina, esta, que só pensa nos dois filhos que deixou em seu país de origem; enquanto Leo, em viagem de negócios à Tailandia acabará por desencadear uma série de eventos que será dramática à todos os envolvidos.
O casal é protagonizado por jovens e renomados atores: Gael Garcia Bernal e Michelle Williams. Tudo parece normal por dois detalhes: o primeiro é a babá filipina que deixa os filhos para trás e se dedica a cuidar de outra criança por dinheiro e até onde vimos na resenha, o final não é feliz, logo retomei a memória a “Babel“, ao segmento em que o próprio Gael Garcia participa, e ficou uma sensação de “já vi isso antes”. Mas o que não encaixa no cenário é Lukas Moodysson.
Moodysson nada mais é o responsável pelo asco “Um Vazio em Meu Coração”, um filme banal, chocante e pretensiosamente provocativo na gratuidade, que tive o desprazer de assistir no Festival de 2004. Não consigo conceber como um cineasta que escolheu o viés desnecessária e absurdamente escatológico naquele ano, conseguiu um filme que além do grande público ter estômago para assistir, pacatos e conhecidos atores aceitaram os papéis e “Mammut” levou o Urso de Ouro em Berlim este ano