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Review of The Catcher in the Rye

O Apanhador no campo de centeio ou The Catcher in the rye é um romance dos anos cinquenta que narra a vida conturbada de um fracassado chamado Holden Caulfield, um desses jovens cínicos e irônicos cheios de problemas emocionais(fãs do Tio Orochi e do Maicon Küster). Muito ao estilo de Memórias do Subsolo esse livro é narrado por Holden, no qual conta seu dia a dia em forma de diário, narrando os aspectos mundanos da sua vida. O livro está em volto de uma polêmica do qual não fui atrás de saber mas que tem haver com assassinatos de celebridade por alguma razão, mas dane-se isso, o que há com esse livro? Bién, se já leram Memórias do Subsolo ou Memórias Póstumas de Brás Cubas podem estar familiarizados com esse tipo de texto, é um relato mais psicológico sobre os problemas de um adolescente, o que como podem imaginar não é algo que me agrada pela razão de que a vida do adolescente médio contemporâneo, em específico no ocidente, é monótona, cheia de consumismo, vazio existencial, drogas, promiscuidade e cinismo em relação a tudo. Tudo isso se intensificou após a segunda guerra mundial onde passou a vigorar o liberalismo como virtude máxima do ser.

Holden é um cínico como eu já disse, cheio de problemas emocionais sendo caracterizado como um personagem existencial, Holden é um desses que não consegue ver beleza em nada, está sempre apontando o dedo e criticando a falta de valor e virtude nas pessoas e nas coisas sendo frio com todos ou quase todos, sendo até antipático e um completo cretino em ocasiões. Ele é em termos apropriados um niilista de marca maior porque novamente para contextualizar, o niilismo ganhou bastante espaço nos meios intelectuais após a ascensão do iluminismo com os jacobinos aderindo com amor a essa causa de eliminar o sacro sem se importar com as consequências que isso levaria. Temos obras anteriores que já falavam sobre essa questão como Pais e Filhos do Ivan Turgueniev, mas como sabem, sua obra está incompleta e não explora as reais implicações sobre o tema. Em The Catcher in the Rye o tema é abordado de uma maneira realista, mostrando como pensa e vê um verdadeiro niilista, que não consegue enxergar nada de positivo em ninguém e muitas vezes até fabricando defeitos em outras pessoas para tentar se sentir menos pior ou mesmo tentar esquecer que ele próprio é um perdedor.

E é o caso de Holden, ele critica fortemente a hipocrisia e a falta de virtude das coisas ao mesmo tempo que ele não possui virtude nenhuma, é como esses críticos que assistem centenas de obras medíocres e horríveis e se tornam cínicos(estou quase assim), no caso Holden se tornou sarcástico por ver quase todo dia esse cenário de decadência ao mesmo tempo que ele mesmo participa desse cenário, tornando-o um hipócrita e vamos que sua caracterização é muito competente, é um personagem psicológico e cheio de questionamentos e ideias interessantes, algo parecido com Daria ou The Critic, personagens cínicos reclamando de coisas enquanto olham com olhar de indiferença para as coisas. Se por um lado sua caracterização é competente, o livro em si é bastante seco e carente de conteúdo, carece de conclusão, de trama, de objetivo e está horrivelmente mau estruturado, os textos por vezes parecem desconexos e é um tanto repetitivo ler páginas e páginas de Holden reclamando de aspectos mundanos sem um maior aprofundamento filosófico ou mesmo uma catarse decente para ele, esse livro não nos oferece muito além da boa caracterização de Holden. Sua trama monótona e repetitiva me cansaram e realmente não considero satisfatório depois de tantas páginas, de modo que me deixa sem mais o que dizer. 

5/10
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Added by Magnifik
1 year ago on 25 July 2022 03:24