Até que ponto as histórias de pessoas desconhecidas podem se esbarrar numa dessas esquinas da vida? "21 Gramas" discute isso. E não é tão simples assim. O filme requer total atenção para compreendê-lo. Atenção esta que nunca será tão bem usada. Minha atenção se rendeu à "21 Gramas" e, ao final, não se arrependeu. Segundo filme de uma trilogia criada pelo diretor Alejandro González Iñárritu, "21 Gramas" surpreende da sua primeira cena até a última.
O ponto mais alto e louvável da trama é seu roteiro seguro, complicado e intrigante. É incrível como esta técnica de narrativa quebrada funciona tão bem a todo instante no longa. Cada cena é única e os diálogos bem articulados compõe uma atmosfera tensa que porta-se sempre. O que mais me impressionou no roteiro é sua forma de fugir do convencional. As cenas não vêm com uma explicação do que aconteceu por último. Tudo é colocado de forma aleatória, o que contribui para tornar as interpretações mais densas e chocantes.
Outro aspecto que compõe esta obra espetacular são as atuações. O maior destaque neste campo é a estarrecedora interpretação de Naomi Watts. Linda e superenvolvente, Naomi atua como nunca vi e me faz brilhar os olhos. Desde "King Kong", "O Chamado" e "Tentação" já reparo no seu talento e sua beleza excitante. Não se pode esquecer de Sean Penn que já é um dos melhores atores do cinema atual e todo mundo sabe. Sem contar Benicio del Toro que me surpreendeu muito e me abriu os olhos para seu talento.
Com uma fotografia fodona de tão tensa, "21 Gramas" se mostra um longa incrível que, por vezes, até choca. Quando os créditos finais subiram, ainda fiquei parado computando todas informações e sensações que a fita me passou. Desde "Desejo e Reparação" eu não sinto isso. Tô até com vontade de ver o filme outra vez.
9/10