"O Leitor", mesmo tendo um forte contexto histórico (pós 2ª Guerra Mundial), se propõe a falar de sentimentos. Narra a história de um garoto, Michael Berg, que se apaixona por uma mulher, Hanna Schmitz, já com o dobro de sua idade e que mantém um caso com esta. Com o passar do tempo, ele lê livros para ela (por isso "O Leitor). Anos mais tarde, já há tempos sem vê-la, o garoto, já universitário em Direito, reencontra-a no banco do réu.
David Kross, como o garoto, e Kate Winslet, como a mulher, formam um casal com perfeita compatibilidade em cena. Este primeiro se revela como um competente ator que se completa com o talento já reconhecido de Kate Winlet. Winslet também merece mérito por sua sensível e emocionante atuação. Quando em cena, as câmeras se rendem à sua beleza ofuscante e deixam que ela reine. E como reina.
Os aspectos ténicnos são grandes atrativos. A trilha sonora que embala "O Leitor" é de extrema importância para compor cenas que tocam o coração dos mais chorões, como minha amiga que chorou ao meu lado na metade da sessão. A direção de arte se faz presente e ambienta com exelência até as cenas dos anos mais recentes, o que de fato surpreende.
Stephen Daldry que já dirigiu os inesquecíveis "As Horas" e "Billy Elliot" é o ingrediente principal desta trama. Isso porque ele sabe manipular os acontecimentos e, além do mais, o conjunto técnico, como já diz o nome, é técnica. E o que importa mesmo é se o filme comove, funciona. E mais uma vez, Daldry prova que sabe fazer isso muito bem. Pois "O Leitor" não perde seu clima, tendo em vista que o espectador tende a ficar mais atento à história até o desfecho final.
O que faz deste longa pior que "As Horas e "Billy Eliott" são os momentos finais. Depois da morte de Hanna Schmitz, o filme entrega cenas vagas que culminam num final insatisfatório. Contudo, isto não faz deste um filme ruin. Ao contrário, "O Leitor" é uma obra linda de ver e difícil de esquecer.
8/10