Já a tempos estava para ver este filme, mas o universo conpirava contra. Fiquei com tanta expectativa que quando aluguei tive medo. Medo de me descepcionar. Quase sempre tenho problemas com filmes que aguardo muito. Felizmente, isso não aconteceu desta vez com "Desejo e Reparação". O novo filme do diretor Joe Wright ("Orgulho e Preconceito") é surpreendente.
Um filme completo. Trilha sonora, fotografia, figurino, roteiro... Não há do que reclamar deste que é, de longe, o melhor filme de Wright. O longa narra a história de um casal que é separado devido a uma mentira: Briony, então aos 13 anos, usa sua imaginação de escritora principiante para acusar Robbie Turner, o filho do caseiro e amante da sua irmã mais velha Cecília, de um crime que ele não cometeu. A acusação na época destruiu o amor da irmã e alterou de forma dramática várias vidas.
Visualmente, o filme é lindo. A fotografia é uma carícia aos olhos, que nos encanta a cada cena. Na primeira parte da fita, tudo é bem colorido e bonito também. O figurino é outro aspecto importante de "Desejo e Reparação". As vestes usadas pelas mulheres são belíssimas. O vestido verde de Cecília é a peça mais bonita do filme.
A direção de arte é fundamental em "Atonement". A criação do ambiente de guerra e das cidades da época é incrível de tão verossímil. Trilha sonora também merece ser citada. A idéia de pôr nas músicas os sons das teclas de máquina de escrever é genial.
Mesmo com aspectos perfeitos, a maior parcela do mérito vai para Joe Wright que dirige como nunca este que é o melhor romance , no seu gênero, que vejo em muito tempo. Sua capacidade de saber controlar a trama e incrementar com a perfeita trilha sonora é mais que louvável, é estupenda. Com cara de Oscar sem exalar pretenções, "Desejo e Reparação" emociona demasiadamente quem vê.
Com um final arrebatador, "Atonement" é tido como um dos melhores filmes de 2008. Impossível não se emocionar e se envolver numa história tão tocante e intensa quanto essa. Depois do final, nem me levantei para tirar o DVD. Fiquei estático na sala tentando entender o que acabei de ver. Lembrei da pergunta que Briony faz no filme e arrisquei a eu mesmo responder: Qual a palavra mais terrível que você consegue imaginar? Amor.
9/10