"A Bruxa de Blair" é um filme que poucos gostam, mas que conseguiu ser convincente e superar, de uma forma estranha, minhas expectativas. Antes de ver este, vi o segundo filme da franquia, "A Bruxa de Blair 2: O Livro das Sombas", quando estava nos meus 9 anos. Resultado: o filme que mais me aterrorizou por muito tempo. Hoje, 8 anos depois, decidi ver o primeiro. E como me lembro muito bem da minha experiência com o segundo filme, estava com medo.
"A Bruxa de Blair" é um falso documentário produzidos por três estudantes de cinema. Estes estudantes decidem ir à floresta 'mal assombrada' de Blair para tentar documentar algo de sobrenatural. No estilo 'câmera na mão' ("[REC]", "Diário dos Mortos"), o longa consegue passar realidade a cada momento.
O filme passa tanta realidade que mesmo de dia dentro da floresta o medo se instala no espectador que espera uma bruxa enorme engolir os estudantes. Mas isso não acontece. A bruxa nem aparece. E isso é o que surpreende. Como a câmera não capta nada sobrenatural, o que assusta é o desespero contínuo dos estudantes e a câmera (mais uma vez, ela!) cambaleando nas mãos deles. O que me fez lembrar de "Psicose", clássico do gênero. O longa de Hitchcock é tão competente que mesmo quando é revelada a identidade do assassino, o medo persiste.
Mesmo com poucas cenas fortes, "A Bruxa de Blair" cumpre seu papel pelo estilo documentário amador que, sem dúvida, é o seu diferencial. Prova de que não é preciso efeitos mirabolantes, cenas estupendas e montros supermacabros para assustar o espectador. Medo é mais que isso, bem mais.
7/10