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Em 1999, enquanto o Rio de Janeiro registrava 46 mortes violentas para cada 100 mil habitantes (em Nova York, no mesmo ano, houve cinco mortes para cada 100 mil habitantes), um documentário sacudiu a cidade ao expor gritantemente as cifras. “Notícias de uma guerra particular” colocou sua câmera sobre o traficante, o policial e os moradores, que com uma franqueza impressionante, refletiram sobre a disputa que se levava a cabo diariamente nas favelas da cidade. Dirigida por João Moreira Salles e Kátia Lund, o filme mostrou ambos os lados do conflito e as muitas vidas no Rio de Janeiro entre eles.
Ademais, neste ano, o cenário dos estudos acadêmicos sobre a criminalidade no Brasil desenvolveu uma de suas obras mais proeminentes, a tese de Michel Misse, agora professor universitário do Departamento de Sociologia da UFRJ. “Malandros, marginais e vagabundos: a acumulação social da violência no Rio de Janeiro”, escrito no Instituto Universitário de Investigação do Rio (IUPERJ), mostrou como o “fantasma” chamado violência urbana nos atormentava e era responsável por um ciclo repressivo (especialmente contra os negros e pobres) que terminou como uma salvaguarda da violência.
No ano passado, a taxa de mortes violentas no Rio de Janeiro de 30 para cada 100 mil habitantes. A despeito da diminuição em comparação com vinte anos atrás, o peso diário da violência sobre a população não mudou. A “sensação de insegurança” foi utilizada para justificar o discurso de que era “inevitável” uma intervenção federal nas favelas, assim como nos ajuda a compreender o resultado das eleições de 2018, nas quais os candidatos que as venceram defendiam uma confrontação contra a delinquência, ainda que estejam profundamente ligados a ela.
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www.novacultura.info/boletim-internacional
Ademais, neste ano, o cenário dos estudos acadêmicos sobre a criminalidade no Brasil desenvolveu uma de suas obras mais proeminentes, a tese de Michel Misse, agora professor universitário do Departamento de Sociologia da UFRJ. “Malandros, marginais e vagabundos: a acumulação social da violência no Rio de Janeiro”, escrito no Instituto Universitário de Investigação do Rio (IUPERJ), mostrou como o “fantasma” chamado violência urbana nos atormentava e era responsável por um ciclo repressivo (especialmente contra os negros e pobres) que terminou como uma salvaguarda da violência.
No ano passado, a taxa de mortes violentas no Rio de Janeiro de 30 para cada 100 mil habitantes. A despeito da diminuição em comparação com vinte anos atrás, o peso diário da violência sobre a população não mudou. A “sensação de insegurança” foi utilizada para justificar o discurso de que era “inevitável” uma intervenção federal nas favelas, assim como nos ajuda a compreender o resultado das eleições de 2018, nas quais os candidatos que as venceram defendiam uma confrontação contra a delinquência, ainda que estejam profundamente ligados a ela.
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