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Uma Aula sobre o que não fazer em um filme

Posted : 1 year, 8 months ago on 22 August 2022 07:31

Primeiramente por que falar desse filme? O que ele tem de especial? É uma obra prima desconhecida? Um estudo de personagem ou simplesmente um conceito interessante? No, nenhum dos casos, é um filme genérico e sem nada de especial que usarei como exemplo didático sobre o que não se deve fazer na hora de escrever um roteiro. Era uma vez é um desses filmes sobre favela e crimes estilo cidade de Deus que mistura vários elementos de romance, suspense e crítica social, o que não é para nada um mau presságio hein. O filme narra a história de um vendedor de hotdogs que.. dane-se isso tudo. Esse é um filme que eu vi com um amigo apenas porque meh estava com tempo livre. Particularmente detesto o cinema brasileiro, um dos motivos é que em geral o meio artístico no Brasil é dominado por gente de esquerda que tenta enfiar goela abaixo as agendas progressistas que em geral é sempre sobre vitimizar ao extremo os personagens tratando tudo com um maniqueísmo tão evidente que é ofensivo ao cérebro. 

Quando não é um panfleto ideológico disfarçado de crítica social tende a ser uma comédia seca baseada em aspectos mundanos ou mesmo sexuais muito parecido com as comédias americanas, pode ser engraçado no início mas o plot se perde depois que assistes mil obras iguais com o mesmo conceito, com os mesmos arquétipos, com as mesmas piadas e meh, são mais filmes para desligar o cérebro e entreter as massas para que ignorem o cenário caótico em que se encontra o país. São dois caminhos lamentáveis para o cenário artístico de um país. Mas sem enrolação o que há de errado com esse filme?

Começando pelo título, "Era uma vez" é sempre importante ressaltar o impacto que os títulos das obras tem, é um aspecto secundário mas ainda sim relevante porque pode que o seu título chame a atenção de um público maior, o maior exemplo que posso citar é "Crime e Castigo" que originalmente se chamaria "Os Bêbados" a diferença é bem gritante, entre um livro com bêbados no nome soa menos atrativo que um livro que possui "Crime" pela sua natureza intrigante que gera um certo suspense desde o início, Os Bêbados por outro lado recorda mais coisas desagradáveis e desajustadas, o que pode afastar muito mais potenciais leitores, é por isso que "Death Note" se chama Death Note e não "O Caderno". Tome por exemplo Tropa de Elite que tem esse mesmo cenário de favela e guerras de gangue, creio que já entenderam o ponto.

Ponto dois, os personagens, sabemos que o que define uma boa obra não é sua produção nem o conceito, podes ter o conceito de história mais criativo do mundo, se seus personagens forem secos e sem vida sua história será entediante e ruim, veja Metrópolis de Ozamu Tezuka, tem um bom conceito mas em execução é medíocre pela falta de carisma e impacto dos personagens, não são marcantes e tão pouco possuem quaisquer arco de desenvolvimento psicológico, no filme em questão todos os personagens são péssimos em caracterização, ou são arquétipos de coisas genéricas como; o pai machista, o traficante, a madame, o protagonista beta. O protagonista em si é bastante sem carisma, não ressalta por nada, suas cenas são secas, estão pessimamente atuadas e sua lore não faz sentido algum, estamos falando de um filme que se passa em favela, que inicia em uma favela dando vários indícios de que seria sobre crimes e violência e do nada plus! Vira um filme de romance a lá dama e o vagabundo. 

A construção do romance do protagonista é péssima porque a atuação é péssima, os seus diálogos inteiros soam robóticos e sem vida, parte do filme é tempo morto explorando a relação do protagonista com a madame(nem sequer lembro os nome) de uma cena para outra vira um filme de romance meloso recoberto de uma crítica social absolutamente superficial, satanizando as classes superiores, os policiais e novamente justificando ações ruins sob o pretexto de oprimidos e opressores, é lamentável que 80% das obras brasileiras sejam apenas sobre isso. Outro aspecto estranho desse filme é o ritmo, o filme atropela acontecimentos, passando de um ponto ao outro, mostrando a morte de personagens irrelevantes que não voltarão a ser mencionados, de repente um time skip de 20 anos, uau, o início tem também a introdução de um vilão que entre miúdos é uma cópia do Zé Pequeno, um vilão que não é mencionado nunca mais na história depois. Tudo nesse filme soa desconexo, a crítica social, os personagens, o cenário, a música e até o contexto. A trama simplesmente avança por causa das ações estúpidas dos personagens, é uma decisão mais burra que a outra, situações que poderiam ser resolvidas de forma fácil são simplesmente estendidas porque meh.

conclusão;
realmente não me importo em dar uma conclusão, foi uma perda de tempo mas deu para dar umas risadas pelo péssimo manejo de história;

2/10


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The End

Posted : 15 years, 9 months ago on 1 August 2008 05:09

Nice acting and subject, the ending though was too fake. Didn't get the behavior from the characters, it just seemed unreal to act the way they did.


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