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O medo de encarar os problemas da vida

Posted : 1 year, 9 months ago on 18 July 2022 04:13

7 minutos para meia noite ou A Monster Calls em inglês, um filme hispano-estadunidense dirigido por Juan Antonio Bayona que é por consequência uma adaptação de um livro de mesmo nome, me centrarei apenas na adaptação porque não cheguei a ler o livro. O filme conta a história de Conor O'Malley, um jovem rebelde que cresceu sem o pai, com uma mãe em estado terminal devido a um câncer, morando com a sua avó que é uma megera e para completar sofre bullying na escola apanhando todos os dias, tem todos os ingredientes para ser um filme ruim, vitimista e fatalista, mas veja que o que temos aqui é uma verdadeira jóia que passou despercebida. O maior problema de obras dramáticas, se já leram minha resenha de A voz do silêncio devem saber, é que em geral são obras que apelam ao vitimismo, ao melodrama e a produção para manipular a audiência emocionalmente com mensagens ruins que induzem ao escapismo além de venderem mentiras e ideias confortáveis ao invés de inspirar a audiência a superar os momentos de dificuldade, mostrando o lado amargo da vida.

Em alguns casos extremos como Mahou Shoujo Site fica mais claro onde quero chegar, todos os elementos que compõe um drama minimamente decente deve por imediato ignorar todos esses recursos baratos e se centrar na mentalidade dos personagens e em passar uma boa e inspiracional mensagem, ou se muito algo realmente dramático porque para outros casos temos exemplos de obras que não ressaltam nenhum drama, onde tudo é fabricado artificialmente e são fáceis de identificar porque em geral partem de uma premissa tosca e sem coerência. Em Monster Calls é todo o contrário, é certo que o protagonista é vítima de muitos problemas mas nunca é mostrado como se apenas ele fosse a vítima e que suas contrapartes fossem unidimensionais e etc, o pai do protagonista por exemplo é um típico aventureiro e alguém que não inspira respeito, a avó é mais uma velha ranzinza mas que não é de todo má possuindo ao final uma relação genuinamente humana com o protagonista.

O único que não consigo encaixar são os bullies, de fato são forçados em ocasião sendo os típicos valentões que estão aí para realçar o quão quebrado está o protagonista. O protagonista é esse típico jovem rebelde que está passando por problemas pessoais sérios e que não está conseguindo lidar com isso, sendo levado por fantasias escapistas, o que nos leva ao monstro, porque surpresa se trata de um filme dark fantasy com elementos surrealistas que entram mais no terreno das especulações pelos simbolismos e etc. O monstro está aí como guia para Conor para que ele consiga superar seus problemas emocionais, usando de histórias para amadurecer o protagonista através de sua filosofia de que todos somos uma mistura de bem e mau, um rabugento também pode ser um curandeiro, uma bruxa também pode ter aspectos positivos.

Não que o filme esteja nos oferecendo uma moral relativista de que não existem pessoas más, é todo o contrário, se trata sobretudo da maturidade de Conor em entender as pessoas, entender que não todos são maus e que está ok quebrar as coisas de vez em quando como forma de extravasar as angústias e aflições da vida. O monstro também ensina Conor a ser sincero em revelar seus sentimentos e é aí que o filme ganha matizes psicológicas. É revelado que Conor desejava fugir a todo custo do sofrimento que era ter de ver sua mãe falecendo e que desejava que ela partisse de uma vez, não por ser um egoísta ou uma má pessoa apenas que ele queria cessar ambos os sofrimentos, o seu sofrimento emocional e o sofrimento físico dela. Como Conor é um tanto fechado, sua forma de se expressar é quebrar coisas revelando uma natureza destrutiva e o seu drama convence pelo fato dele ainda ser uma criança ao final de contas.

A moral do filme é que devemos encarar os problemas da vida com maturidade, nos mostrando o quão difícil é superar a perda de um ente querido, sobre como os seres humanos somos multifacetados e que devemos buscar mediar as coisas através da compreensão. É uma história sobre transição para a maturidade, o monstro ao final nada mais é que a própria vida ensinando a Conor sobre as coisas. Agora sobre o aspecto técnico é bem competente em especial nas animações que misturam 2D com 3D, se vê fantástico e as cenas em live action são igualmente bem feitas com um cgi convincente. Monster Calls é similar a coisas como Coraline, só que diferente a este último o filme se centra mais no drama do personagem do que nos elementos de fantasia ou terror, é mais sobre a relação de Conor com o mundo, é por excelência um estudo de personagem. Conor como já mencionei é um jovem que carece que experiência e que está desenvolvendo a maturidade para lidar com os problemas da vida, sua caracterização está ok o seu drama é como já disse muito bem justificado porque ao final de contas é uma criança que está amadurecendo.

Com tudo que mencionei poderia dizer que é um excelente filme não? E sim é um excelente filme! Todavia não é perfeito e como já mencionei, a questão dos bullies é tratada de uma forma um tanto unidimensional e também é incoerente que Conor não seja punido pelas coisas erradas que fez sob a justificativa de estar emocionalmente mau, em resumo, A monster Calls é bom como drama e baixa fantasia com bonitas mensagens sobre a natureza humana e sobre a maturidade;

8/10


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A good movie

Posted : 5 years, 4 months ago on 5 December 2018 09:43

Since I kept hearing some really good things about this flick, I was quite eager to check it out. Well, to be honest, I didn’t think it was really so original and, on top of that, I’m not really a huge fan of these movies mixing a serious drama with some fantasy elements.  Still, even if it didn’t really blow me away, I have to admit that it was still a really solid flick nonetheless. Obviously, the CGI and special effects were fine but, eventually, what I enjoyed the most was in fact the really strong performance probvided by Lewis MacDougall. Indeed, the guy was really impressive and I could really feel the stress, the exhaustion and the despair that this young boy was going through. The conclusion of this tale was also really strong and you can only imagine the internal struggle this poor boy was going through and it actually made sense that he might try to find some kind of coping mechanism in such a fantastic world. To be honest, the final scene showing that his mother apparently also had some connection with the monster was actually rather useless but, fortunately, it wasn’t a deal breaker. Anyway, to conclude, even if I wasn't maybe not completely sold by the damned thing, it was still pretty good and it is definitely worth a look, especially if you like the genre. 



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