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12 Reviews

a complexidade da existência

Posted : 14 years, 5 months ago on 29 November 2009 05:40


Começar dizendo que o filme do ator e cineasta russo Nikita Mikhalkov é um remake de “12 Angry Men“(1957) de Sidney Lumet é, no mínimo, reducionista. A estória é igualmente adaptada do roteiro de Reginald Rose: um jovem réu acusado de assassinar o pai num caso que parece ser de veredicto automático, logo se torna um drama pessoal de cada um dos doze jurados, seus preconceitos sobre o acusado e uns aos outros; mas “12″ (2007) não é outro senão um filme essencialmente russo:

Nikita, que atua como um dos jurados no caso de um adolescente acusado pelo assassinato de seu padrasto, um oficial militar russo que o acolheu durante a guerra da Chechenia, transpõe o cenário da sala do júri, para um anexo: o ginásio de um colégio e a história particular de cada jurado se funde na fragmentada sociedade russa dos tempos atuais.

Atual presidente da Fundaçăo da Cultura Russa e do Festival Internacional de Cinema de Moscou já se dedicava a filmes históricos na então URSS durante das décadas de 70 e 80. Em 77 “Peça Inacabada de Piano Mêcanico” mostra o choque das Rússias monárquica e revolucionária no seio de uma família de classe média. No documentário “Anna dos 6 aos 18“(1993) filmado ao longo de 12 anos com sua filha, tem o plano de fundo a vida política soviética. Ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 95 por “O Sol Enganador” em que transparecem a falência espiritual e o isolamento dos personagens refletidos em críticas sobre a modernidade e sobre os regimes políticos, seus temas constantes.

Pessoalmente, o roteiro e o enviesamento político são coadjuvantes quando o filme, como arte, envolve pela fotografia, direção e execução esplêndidas, a beleza, a profundidade, o ritmo do filme bem dosado com flashbacks da infância do réu, são entidades universais. Eu me derreteria em adjetivos e elogios. Mas deixo para o Júri de Veneza que concedeu a Nikita um prêmio especial pelo conjunto de sua Obra em 2007, ano que “12″ concorreu ao Leão de Ouro:

“O Júri tem a satisfação de reconhecer o brilhantismo consistente do corpo de trabalho de Nikita Mikhalkov. Seu novo filme é mais uma vez uma confirmação da sua mestria na exploração e revelação, com grande humanidade e emoção, a complexidade da existência.”


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